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domingo, 9 de outubro de 2011

René Descartes

René Descartes nasceu em 1596 em La Haye - não a cidade dos Países-Baixos, mas um povoado da Touraine, numa família nobre dedicada à medicina e ao comércio - terá o título de senhor de Perron, pequeno domínio do Poitou, daí o aposto "fidalgo poitevino". Foi filósofo, físico e matemático. Durante a Idade Moderna também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Seu pai se chamava Joaquim e era conselheiro do parlamento britânico. René tinha uma saúde frágil, e era cuidado por sua avó. Entrou no colégio jesuíta de Le Flèche, que havia sido fundado dois anos antes, mas já adquirira notoriedade.

Na escola, um tanto desinteressado dos estudos e muito inclinado a "meditar", tinha por desculpa sua saúde para permanecer na cama até tarde, um hábito que manteve mesmo depois de adulto, e que só no último ano de sua vida foi obrigado a mudar, modificação que lhe foi fatal. Apesar das aulas perdidas todas as manhãs, era inteligente o bastante para acompanhar o curso e concluí-lo sem maiores dificuldades.

Decidiu deixar os estudos regulares: não queria a vida de um erudito e intelectual. Em 1618 Descartes foi para a Holanda e se alistou, na escola militar de Breda, no Brabante setentrional, como um oficial não pago do exército de Maurício de Nassau, príncipe de Orange que naquele momento estava dispondo suas tropas contra as forças espanholas que tentavam recuperar aquela que fora a província mais rica da Espanha.

Descartes tinha um projeto filosófico. Cada vez mais ligado na matemática, queria associar as leis numéricas com as leis do mundo, resgatando a antiga doutrina pitagórica. Sua principal teoria afirmava-se na eficácia da razão. Queria refletir sobre a questão da autonomia da ciência e objetividade da razão frente ao Deus todo poderoso. As novas teorias científicas contrariavam as Sagradas Escrituras.

Em 1620, renuncia à carreira militar e parte para a Itália. Escreveu alguns trabalhos nesse período. Em 1637 publica o Discurso do Método- para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. Teve uma filha com Heléne Jans, essa filha morreu com cinco anos e ele a amava. Seu nome era Francine e a dor da perda afetou Descartes. Ao contrário do Discurso do Método, que foi escrito em francês, Meditações foi escrito em latim. Seus pensamentos suscitavam muitas críticas, entre elas a de Hobbes. Consagrado, Descartes se relacionava com a princesa Isabel, e mantinha correspondência. Princípios da filosofia foi dedicado à princesa Elizabeth de Boêmia. Em 1649 aceita um convite da rainha Cristina da Suécia e vai para lá, entregar os originais de seu último trabalho.

A rainha Cristina costumava conversar de manhãzinha, quando fazia muito frio. Como Descartes não era muito parrudo, e sua saúde nunca foi das melhores, pegou uma pneumonia e morreu uma semana depois, ao deixar a corte, em 1650.

Descartes é considerado o primeiro filósofo moderno. O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico - que nada tem a ver com a atitude cética: duvida-se de cada idéia que não seja clara e distinta. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (quem duvida, portanto, é sujeito de algo - ego cogito ergo sum-  penso, logo existo) e de Deus.

Principais obras: Regras para a direção do espírito (1628) - obra inacabada; O Mundo ou Tratado da Luz (1632-1633) - obra contém algumas das conquistas definitivas da física clássica: a lei da inércia, a da refração da luz e, principalmente, as bases epistemológicas contrárias ao que seria denominado de princípio da ciência escolástica; Discurso sobre o método (1637); Geometria (1637); Meditações Metafísicas (1641).

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