A Filosofia Clínica surgiu na década de 1980 a partir de pesquisas feitas por Lúcio Packter. Natural de Porto Alegre, Packter é psicólogo e psicanalista com formação voltada ao humanismo. A idéia da Filosofia Clínica surgiu após tomar conhecimento das novas experiências que estavam sendo feitas, na época, na Europa. Motivado pela novidade, Packter visitou diversas universidades em Portugal, França, Holanda, Inglaterra e Escócia.
De volta ao Brasil, o pesquisador sistematiza uma nova metodologia e a fundamenta para a clínica voltada à filosofia, inspirado na Filosofia Prática ou Filosofia do Aconselhamento, nascida na Alemanha em 1981. Após quase dez anos de pesquisas e trabalhos surge a atual Filosofia Clínica. Em 1994 é fundado, em Porto Alegre, o Instituto Packter, uma instituição voltada à pesquisa, à clínica e à formação de Filósofos Clínicos.
A Filosofia clínica direciona e elabora, a partir da metodologia filosófica, procedimentos de diagnose e tratamento endereçados a questões existenciais encontradas em hospitais, clínicas, escolas e ambulatórios. Técnicas que diferem dos métodos e fundamentos da Psicologia, da Psiquiatria e da Psicanálise: não existe o conceito de normalidade, de patologia. Tudo parte da historicidade da pessoa atendida, percorrendo-se desde o logicismo formal até a epistemologia nas questões focadas no diagnóstico dos problemas. A fundamentação das questões consta da Filosofia acadêmica, inteiramente, com seus escritos e autores. Está baseada no Logicismo, na Epistemologia, na Fenomenologia, na Historicidade, no Estruturalismo e na Analítica da Linguagem, entre outras abordagens. A Fundação teórica da Filosofia Clínica tem suas raízes na Grécia desde os pré-socráticos. São trabalhados diversos autores na Filosofia Clínica como: Heráclito, Epicuro, Sócrates, Aristóteles, Schopenhauer, Locke, Hume, Nietzsche, Kant, Spinoza, Merleau-Ponty, Gadamer, Husserl, Foulcaut e outros.
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