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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Confissões (livros VII, VIII e IX) - Santo Agostinho

Livro VII
Já em idade madura, Agostinho embora voltado ainda para as coisas vãs e os prazeres das paixões, concebe Deus como um ser imutável e incorruptível, que está em toda parte, que contém tudo e no qual tudo está contido. Também trata da origem do mal. Não tinha certeza quanto à sua origem, porque não entendia claramente porque a livre determinação da vontade poderia ser a causa do mal. Como explicar a inclinação do homem para o mal se ele é criatura de um Deus que é bom? Se Deus está contido em tudo e tudo contido nele, por onde penetra o mal?
Em contato com a teoria dos platônicos, Agostinho vê uma grande semelhança entre a filosofia e o conhecimento dos Livros Sagrados. Chega à conclusão de que todas as coisas que existem são boas, pois permanecem incorruptíveis, ao passo que se se corromperem deixarão de existir, sendo que o mal não é uma substância. Mesmo reconhecendo a existência de Deus, não compreendia o Cristo mediador que se fez carne. Para ele Cristo era apenas um homem sábio e admirável pelas suas palavras.

Livro VIII
Aproxima-se o momento da conversão. Agostinho já tinha certeza da vida eterna e da existência da substância incorruptível de Deus; não se sentia mais atraído pelas paixões que antes lhe atormentavam, queria encontrar-se apenas com a beleza das coisas que provinham do Criador. Depois do contato com as obras platônicas, a idéia de Deus torna-se ainda mais forte. Por um momento, Agostinho hesita em converter-se, pois suas atenções ainda estavam voltadas para as paixões da carne. Mesmo diante de tamanha hesitação, consegue superar todos os obstáculos que o impediam de sua conversão. Ao relatar o fato à sua devota mãe, esta exulta de felicidade, depois de tantas orações feitas em favor do filho.

Livro IX
Santo Agostinho faz uma oração de agradecimento pela privação dos falsos prazeres em decorrência de sua conversão, agora livre para servir somente a Deus, resolve abandonar o seu posto como professor de retórica. Com isso finalmente batiza-se em Milão. Depois do falecimento de sua mãe, volta para Tagaste, vende todos os seus bens e distribui entre os pobres, o dinheiro arrecadado. Funda um mosteiro em uma de suas propriedades. Ordenado padre em 391, consagrado bispo em 395, governou a Igreja de Hipona até a morte em 28 de agosto de 430, contando 75 anos. As grandes heresias da época obrigaram os padres a defender racionalmente (filosoficamente) a doutrina católica.

Fonte: SANTO AGOSTINHO. As Confissões. 2ª ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1986.

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