Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Apesar dos conselhos de sua mãe, Agostinho enveredou pelos “caminhos torcidos pelos quais enveredam aqueles que dirigem a Deus as próprias costas e não o rosto”. Em 370 viajou para Cartago graças à generosidade de Romaniano, rico mecenas de Tagaste e amigo de sua família, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual.
Por volta de 371, morreria o seu pai, já católico então. Entre os dezesseis e os trinta anos de idade, Agostinho viveria com uma mulher cartaginesa cujo nome se desconhece, com quem, em 372, chegou a ter um filho, Adeodato: nome latino que significa ‘dado por Deus’.
Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. Agostinho ficou conhecido por “cristianizar” Platão, fazendo vários paralelos entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente) e as Sagradas Escrituras. Faz a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo, e a alma, que é atemporal, e com a qual se pode conhecer Deus. Antes de Deus ter criado o mundo a partir do nada as Idéias eternas já existiam na sua mente.
Principais obras: Confissões, autobiografia escrita entre 397 e 400, uma das obras-primas da literatura universal; A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cristã e ensaio de filosofia da História; De Trinitate; Enchiridion, compêndio de doutrina cristã; obras polêmicas várias contra as heresias mencionadas, entre as quais Contra Faustum, De spiritu et littera, De natura er gratia, De gratia et libero arbitrio, De correptione et gratia, De praedestinatione sanctorum; obras exegéticas, como Enarrationes in Psalmos, De genesi ad litteram, Tratado sobre o Evangelho de são João; obras pastorais, como De catechizandis rudibus; cerca de 400 sermões e muitas cartas.
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