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sábado, 9 de julho de 2011

Platão


Platão nasceu em 427 a.C. Era filho de Perectioné e Aríston, homem rico cuja genealogia remontava aos primórdios de Atenas. Aríston deu ao filho, a quem chamou de Aristocles, a melhor educação que se poderia dar a alguém naquela época. Platão - palavra que se utilizava para designar homens com ombros largos - foi a alcunha que Aristocles adquiriu, ainda novo, por causa da sua constituição física. Platão morreu em 348 (347) a. C. não teve esposa, nem deixou filhos.
Platão encontrou Sócrates pessoalmente quando tinha vinte anos (e Sócrates sessenta e três). Após este encontro, e durante os oito anos seguintes, foi um fiel seguidor de Sócrates, assistindo às discussões em que este constantemente se envolvia, das acusações de que foi alvo e à sua condenação à morte.
Seu professor, Sócrates, não escreveu seus ensinamentos. Platão, como discípulo, escreveu muito dos ensinamentos que lemos dele. Porém, nos diálogos, Platão faz do personagem Sócrates porta-voz de seus próprios pensamentos, de modo que é difícil estabelecer quais são os ideais de Platão e quais são os de Sócrates.
Em 399 a.C. Platão testemunhou o julgamento e a condenação de Sócrates, tendo sido acusado de corromper a mente dos jovens e não acreditar nos deuses. Após a execução de Sócrates, revoltado com a democracia ateniense e talvez preocupado com sua própria segurança, e desiludido com a democracia, Platão abandona Atenas durante doze anos. Refugiou-se em Mégara com alguns amigos, num círculo de estudos em torno de Euclides, discípulo socrático e o pai da geometria, e aí permaneceu cerca de três anos. Foi para a Sicília e para o Egito, onde passou aproximadamente dez anos viajando.
Em 387, com seu regresso a Atenas, Platão fundou uma Academia, uma instituição tida como a primeira universidade da Europa. A Academia oferecia um currículo de matérias tais como astronomia, biologia, ciências políticas e filosofia. Aristóteles foi o aluno mais famoso da Academia que manteve em funcionamento por mais de novecentos anos.
Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível.
Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Ideias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida como hipótese no diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenômenos.
Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias.
A sua obra conta com 28 diálogos (alguns historiadores dizem que foram 30) basicamente centrados em Sócrates, onde procura definir noções como a mentira (Hípias menor), o dever (Críton), a natureza humana (Alcibíades), a sabedoria (Cármides), a coragem (Laques), a amizade (Lísis), a piedade (Eutífron) e a retórica (Górgias, Protágoras).

Entre 387 e 361 AC, escreveu Menexeno, Ménon (sobre a virtude), Eutidemo (sobre a erística), Crátilo (sobre a justeza dos nomes), O banquete (sobre o amor), Fédon, A República (sobre a justiça), Fedro, Teeteto (sobre a ciência) e Parmênides. Os diálogos da maturidade são: O sofista (sobre o ser), O político, Timeu (sobre a natureza), Crítias (sobre Atlântida), Filebo (sobre o prazer) e As leis. O filósofo também deixou algumas cartas.
Curiosidades: Amor platônico é uma expressão usada para designar um amor ideal. Trata-se, contudo, de uma má interpretação da filosofia de Platão, quando vincula o atributo "platônico" ao sentido de algo existente apenas no plano das idéias. A expressão amor Platônico é uma interpretação equivocada do conceito de Amor na filosofia de Platão. O amor em Platão é falta, ou seja, o amante busca no amado, a Idéia - verdade essencial - que não possui. Nisto supre a falta e se torna pleno, de modo dialético, recíproco.
Em contraposição ao conceito de Amor na filosofia de Platão está o conceito de Paixão. A Paixão seria o desejo voltado exclusivamente para o mundo das sombras, abandonando-se a busca da realidade essencial. O amor em Platão não condena o sexo, ou as coisas da vida material.
Platão teve vários amantes, apesar de suas características físicas não o favorecerem muito. Timon, a propósito, o comparou com um peixe achatado, e Ânfis disse que tinha as sobrancelhas erguidas como um caracol. Mas Platão, dizem, tinha a fala doce e a musicalidade das cigarras. Era, por isso, um bom orador, como prova a audiência que tinha na Academia, e bom poeta, como atestam os bilhetinhos (epigramas) que escreveu para seus amantes (entenda-se o plural: mandou em épocas diferentes; e considere que Platão viveu oitenta anos e que seus poucos amantes. Os principais amantes de Platão foram Díon, Aster, Alexis e Fedro. Mas Platão teve também uma amante, uma mulher.
Poderia ser o amor proibido pela ex do mestre, que devia ter por volta de quarenta anos quando Sócrates morreu. E Platão com seus dezoito aninhos. Todavia, muito provavelmente, é outra mulher.
De fato, Platão e Xantipa conviveram e dividiram os dias de suas existências por um período ainda considerável de tempo e, assim sendo, poderiam ter namorado ou o que quer que fosse.

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